O avanço da inteligência artificial, é motivo de atenção para governantes, empresários e trabalhadores em geral. E não é sem motivo. Enquanto ela resolve o problema de alguns, ela também se torna a dor de cabeça de muitos, gerando desemprego e medo de um futuro tenebroso.

Em 1956, nos Estados Unidos, estudantes de computação, fazem estudos no campo da ciência cognitiva na Dartmouth College, surgindo daí o conceito que hoje conhecemos de inteligência artificial, à frente do grupo, estava o professor de matemática John McCarthy, estava assim, inaugurado este novo campo de pesquisa acadêmica.

Mas a bem da verdade, quando os primeiros homens inventaram a roda ou mesmo o arado, puxado por um cavalo ou um boi, teve início o desenvolvimento da ciência da inteligência artificial.

Em nossos dias, 2023, a inteligência artificial mesclada à robótica, estão tomando conta de todos os campos do conhecimento humano. O domínio é tão avassalador, que acontece casos em que a presença humana é apenas figurativa, ou fiscalizadora, e via de regra, é assim mesmo. Na Indústria automobilística, na maioria das fábricas, a robótica, é quase absoluta, onde havia milhares de homens trabalhando, o que se vê hoje, é apenas umas dezenas de robôs, e uma dezena de homens, de braços cruzados, olhando as máquinas trabalharem. E este é apenas um exemplos entre milhares, a IA afetou todo o parque industrial e comercial.

Atualmente, a inteligência artificial está dividida em quatro níveis: fraca, por exemplo, abrir e fechar portas de veículos remotamente; geral, é um nível bem avançado, onde quase não existe mais a supervisão humana; superinteligência artificial, é um cenário onde as máquinas tomam decisões rápidas e sem a interferência humana, a exemplo, veículos autônomos. E por último, um termo ultra moderno, a generativa, aplicativos, já existentes, são capazes de criar textos e imagens, desenvolver códigos de programação, vídeos e outros, partindo de sistemas com base em modelos de linguagem.

Sim. E o grande medo dos intelectuais, e experts no assunto, não é tecnicamente as máquinas superarem os homens no quesito inteligência, mas sim, a bestial capacidade, de máquinas se auto replicarem e evoluírem sem a cooperação humana. Esta aberração: auto replicação, auto conserto e auto criação, resultando em auto inovação, é muito discutida dentro de IA.

Imagine um mundo onde máquinas extremamente inteligentes, resolvem melhorar os seus dotes intelectuais e físicos? Certamente, neste cenário, o avanço da IA e da robótica, será ultra rápido e sem precedentes e certamente o mundo será um lugar bem mais perigoso para se viver.

De fato, a questão não é mais “se acontecer”, mas sim, quando isto acontecerá, é evidente que ninguém sabe ao certo, em que momento da história da humanidade isto acontecerá, mas há uma consciência unânime de que vai acontecer em um tempo muito curto. A única certeza é que o futuro será surpreendente.

Se não acontecer no presente século, possivelmente, acontecerá no próximo, é preciso que os cientistas que trabalham neste ramo, IA e robótica, criem barreiras intransponíveis, para evitar que os robôs, em breve, façam guerra contra os seus criadores, os homens.

Na verdade, é cedo para se tirar conclusões, pois ainda estamos no limiar de uma nova era, no campo das possibilidade, mas o momento de desenvolver um sistema de freio infalível é agora, se deixarmos para fazer isto depois que a robótica ganhar vida, será tarde, e a humanidade poderá, simplesmente ser extinta pela IA.

Várias são as possibilidades, as duas mais catastróficas são: Os robôs superam a humanidade e passam a enxergar os humanos como bloqueio para um avanço maior da IA. E o que fazem? Destroem a humanidade. Uma segunda possibilidade, seria a robótica submeter a humanidade a um regime de escravidão, neste cenário, os robôs colocariam os homens para trabalharem para eles. Evidentemente, eliminariam toda e qualquer oposição.

Neste cenário, a IA, copiaria o que temos de melhor, e para exercer o domínio, criariam um sistema de governo semelhante ao dos seres humanos, e certamente, se levantaria um robô para ser o presidente do mundo, e dele emanariam as ordens de domínio para toda a terra.

Da mesma forma que os homens criaram, desenvolveram e implantaram a democracia, a IA faria o mesmo, criaria um sistema de poder e de dominação, e é sempre conveniente lembrar, que estamos falando de máquinas extremamente difíceis de serem vencidas numa luta física, pois são feitas de titânio, e outros metais muito duros. E a inteligência das máquinas seria humilhantemente superior à dos humanos.

A humanidade, deve esperar o melhor das máquinas, mas deve se preparar para o pior delas. Não estamos falando de um liquidificador que se revolta contra o seu dono e entorna a vitamina quando ligado, nem muito menos de uma máquina de lavar que vomita toda a roupa molhada e ensaboada no piso da casa. Estamos cogitando a possiblidade de um mundo computadorizado, onde máquinas superinteligentes, criariam códigos e alterariam os parâmetros de funcionamento das máquinas do nosso dia a dia. Seriam uma nova espécie de vírus digital. Imagine andar em um carro controlado por uma máquina, que sofreu uma atualização online de um sistema de comando de robores dominadores? Seria o caos total.

Os sistemas se dividem em bruto e inteligente, o sistema bruto é aquele mecanizado, já o sistema inteligente, funciona sob controle de uma plataforma digital, o melhor exemplo deste último, são os computadores, e o seu “celular”, toda a robótica, é operada com sistemas inteligentes.

Quando muitas pessoas estão apontando para uma possibilidade, é bom levarmos a sério esta possibilidade, porque certamente ela é real e perigosa. Convém recordarmos que a 10 anos atrás duas ou três empresas começaram a trabalhar seriamente na construção de veículos inteligentes e autônomos, hoje já é uma realidade, eles existem e operam normalmente.

De tudo isto o que temos certeza absoluta é que o futuro chegará, e se não nos prepararmos no presente, o futuro poderá ser complicado.

Pr. Dr. Otacilio Mota